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Cidades fascistas

by Beijo de Puta

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1.
Ei você vacilão que fica na madrugada / Com o isqueiro na mão beijando lata / Vê se se liga sai dessa vida / Procure um trampo pra ajudar sua família / Será que você não percebe que está só pele e osso / Matando sua coroa de desgosto / As marcas da pedra dá pra ver no seu rosto / É foda vê os manos nessa situação / Roubando bicicleta, fiação, até portão / Pra manter o vicio / Eu sei que é difícil / Todos sabem / Por isso sai logo dessa vida antes que seja tarde demais / Dá um breque nessa vida / Não seja mais um suicida / Os gambé podem te encontrar / Te matar / Ou os malucos vim bum,bum,bum / Pra cobrar dívida / O tempo passa a pedra te consome / Passa a madrugada sem dormir e nem come / Virou monotonia / Correria / Desandado pelas ruas todo dia / Dá um breque nessa vida rapaz Antes que seja tarde demais.
2.
Eu não aceito o preconceito, o desrespeito / Ao menor, ao idoso, a mulher / Ao trabalhador rural / Desigualdade social / Discriminação racial / Relação de poder / Ideologia pra matar ou pra morrer / Eu não aceito a podridão do sistema e do governo / Eu não aceito o aumento abusivo do transporte coletivo / Eu não aceito a taxa trimestral da associação musical/ A falta de agenda cultural / Eu não aceito dogmas, alienação, massificação / Campo de concentração / Mas ninguém aceita / O teu ponto de vista nas cidades fascistas / Caminhando pela Beira Rio / Cenário tipo Beverly Hills / Loira tipo miss / Playboy tipo Keanu Reaves / Do Matrix / Alienação te faz tão feliz.
3.
Todos conhecemos a lei de controle de entorpecentes / E de controle das mentes / O mundo consumia e conhecia a cannabis / Mas a primeira nação a fazer restrição / Ao seu consumo e produção foi o tio Sam / Tudo pra controlar uma minoria mestiça latina / Que consumia o rife pra relaxar da exploração / Das minas de carvão, campos e plantações / Como mais tarde no Vietnã / Como John, Ringo e Paul, Stones, Bob, Jimy e Dylan / O uso dessa planta proibida, incompreendida / Complica numa batida policial e termina com humilhação pública e vergonha familiar / Porém veja bem seus amigos, familiares e parentes / O número de acidentes por excesso de álcool / Publicidade onipresente / Sua indústria onipotente / Conto os mortos, observo a idade dos corpos e descubro / O saldo das festas de outubro / Usineiro, cervejeiro, cavaleiro do capital estrangeiro(2X) / Instituições, tradições, Jesuítas, congressistas / Moralistas uma vez mais transgredindo nossos direitos individuais / Reprimindo rituais pagãos ancestrais / Depressivos não estimulantes da paz.
4.
Que fim de semana da hora - teve churrasco, cerveja e roda de viola / Sem briga, sem treta, só curtição / Só foi eu chegar lá meti fogo no carvão / sexta feira sempre pede diversão / Mas ter responsa é a ideia pois sei que minha família está a minha espera / Pode crer eu faço as minhas rimas, eu faço as minhas regras e os alvos do meu som sentem tremer a terra / O chão treme e o inimigo teme / A força da humildade prevalece sempre / Junto com meus manos poetas espartanos que estão sempre lado a lado / Já é quarta, tem ensaio / Tudo afinado é só mostrar trabalho / Subterrâneo não precisa ter sucesso / Sem atalhos e no caminho certo.
5.
Saímos do parque de bicicleta em direção ao América / Já ta bolado no bolso da berma um fininho / Que vai queimar até o fim / O pescoção ta na janela / Só ficou na tabela / Rapidão chegamos no terminal / Mano breque me deu um sinal / -Aí beiçola para ali no Bradesco! / Vou pegar do limite pra pagar umas contas lá no beco / Fiquei esperando olhando o movimento / Pensando naquela letra que um dia eu e o boneco fizemos / Vamos nessa sem demora / Pois chegando lá nós sabemos o que rola / Velho ritual: Fumaça pro ar e Tião Carreiro e Pardinho na vitrola / Nos dá inspiração pra fazer um som / Antes de ir embora virou praxe / Uma troca de idéia e o futebol de garagem / Já anoiteceu e estamos morgados / Voltamos pra casa depois de um dia de ensaio.
6.
Acordar cedo pra mim já virou rotina / Meu despertador toca sempre as 4 da matina / Tenho que levantar pra trabalhar / Pra família sustentar / Adquirir bens pra nos confortar / Levanto escovo os dentes e nem tomo café / Visto o uniforme / Dou um beijo no filho e na mulher / Vou caminhando até o ponto / Ainda com um pouco de sono / Vejo alguns malucos acordados até agora / Com os olhos arregalados, cabreiro / Na nóia / É bom ficar cada um no seu lugar / Pois se mexer com a minha família Vai arrumar sarna pra se coçar / Sigo a minha rotina e vou em frente / As cinco eu começo já pensando em ir embora pra me livrar do tédio / Quando chega o fim do expediente / Eu fico contente / É uma e meia e tenho toda a tarde pela frente / Quando tem ensaio eu faço outro trajeto / Pego outro busão e vou direto pra casa do boneco / Diário de um operário / Sempre no horário / Pois se chegar atrasado / Seu nome é marcado / E se faltar no final do mês é descontado no salário / A não ser que eu tenha o atestado é claro / Diário de um operário (3x).
7.
Tu és a glória dos teus fundadores / Mas também deves favores aos trabalhadores do Paraná / Zona leste região que investe e ninguém reconhece / Teu sangue suor e cansaço / No ferro da fundição Tupy / Santa Catarina tu não és4 uma menina de pele clara e olhos azuis / O bugreiro assassino de índio / Também era teuto-brasileiro / Ítalo-brasileiro / Otário canalha / Prefere a ilusão de uma pátria imaginária / Do que enfrentar a realidade contraditória / Cruel e diária / A Europa não é aqui / No centro da cidade / Não é o rio Reno / Não é o rio Sena / É o rio Cachoeira / Transbordando em dia de temporal / Com todo o resíduo industrial / Do teu ancestral / Edições / Publicações / Ruas / Praças / Escolas / Perpetuam a tua memória / Mas nós também resistimos / Nós também temos história / Camboriú / Massaranduba / Garuva / Pirabeiraba / Corupá / Araquari / Iririú / Piraí / Quiriri / Tuiuti / Sambaqui.
8.
Trajetória 02:02
Com uma caneta entre os dedos e um pedaço de papel / Uma ideia surgindo de toda a trajetória sobre o meu caminho / Com minha família da vila fomos pra Juína / Garimpos, garimpeiros, diamantes, mortes / Ambições frustrantes / Viagens, passagens, Vilhena dá saudade / Porque lá fiz muitas amizades / Retorno as origens nada mais / Eu vi o penta do Brasil na minha terra natal / De Alto Paraíso que agora assim se chama vim parar por aqui / Por essas bandas / Onde o mormaço aquece / Mas a brisa e o mergulho refresca no Piraí ou no Davet.
9.
Padre Pedro Ófilo / Gosta de vinho, tem sede de carinho / Pra ele qualquer menino é Jesus / Padre Pedro Ófilo / Deita na cama como virgem na cruz / Não converte meninas / Só moços podem espiar embaixo da batina / Com seu batismo profano / Arranca as asas dos anjos / Todos pedem aos céus que todo o mal repele / Mas ele segue impune pra outra diocese / Padre pedófilo.
10.
você está tão impopular / Nem os canalhas aparecem / Pra te visitar / Você está tão decadente / Nem amigos da onça / Nem línguas de serpente / Nenhum sinal de vida inteligente / Nenhum sinal / Na rádio piada Cult e sertanejo universitário / Não foi assim que você quis / O amor mais sincero foi o daquela meretriz / Já foi tão carismático / Cético produtivo / Agora mal pode empregar um adjetivo / Você está tão impopular / Fura greve e nem consegue pagar o que deve / Você está tão impopular / No auge do anonimato você não deve cuspir no prato.

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released July 1, 2016

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Beijo de Puta Joinville, Brazil

"Antes que seja tarde" foi gravada em 26 de maio de 2016. As demais faixas foram gravadas no dia 5 de março de 2016. Gravado e mixado no estúdio da Abrigo Nuclear Records em Jaraguá do Sul-SC por Edson Luís de Souza.

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